Uma das características do ser humano é a busca permanente pela verdade, é o desejo de comprovar a veracidade dos fatos e de distinguir o verdadeiro do falso e que frequentemente nos coloca dúvidas no que nos foi ensinado. A busca pela verdade surge logo na infância e ao longo da vida, estamos sempre questionando as verdades estabelecidas pela sociedade e a filosofia tem na investigação da verdade o seu maior valor.
Quando um mais velho nos ensina um fundamento ou uma postura perante a realidade da comunidade é muito importante que saibamos ouvir, assimilar, pensar. Pensar, respirar, pensar novamente. Sobrou espaço para questionar ou não aceitar, é esta a hora de retornar ao seu mais velho, com calma e humildade e tentar entender o olhar e o conhecimento dele. Sempre com calma e respeito, para poder perceber o que está contido em cada palavra, cada silêncio, cada segredo soprado ao vento.
Só aprenderemos de fato se estivermos abertos a ouvir com atenção, com dedicação e respeito. Podemos acrescentar nossos saberes mas quando for o Tempo certo, quando cada etapa tiver sido cumprida, quando nos dermos tempo para amadurecer.
Em uma casa de Candomblé onde a oralidade continua sendo o caminho mais eloquente de troca de saberes há que se estar atento, olhar e ouvir com vontade de aprender. Calar, sim saber calar, saber que o caminho demora a ser trilhado e isto não é ruim, isto é necessário. Vamos escutar as mesmas histórias muitas vezes e se estivermos atentos a cada vez aprenderemos algo diferente. Não sabemos mais do que o outro porque estamos conectados, ou somos próximos deste ou daquele, só saberemos algo de verdade se tivermos a virtude e a humildade de ouvir, internalizar e respeitar cada detalhe.
Uma história linda como a de nossa religião não se escreve rapidamente, não existe na superficialidade ou na vaidade, é uma história construida com dedicação e amor de todos que a ela se dedicam.
Em todo e qualquer trabalho que lhe for solicitado, há algo além do simples ato físico do fazer, o varrer de um quintal tem muito a lhe ensinar é a energia que se emprega em cada tarefa que nos volta como conhecimento.
O calar implica em sabedoria, leva e traz existe em todos os espaços, inclusive, e com alguma frequência em uma casa de Axé e isso é desperdício de energia. Este tempo deveria ser gasto aprendendo com o silêncio, com o guardar para si o que há de bom ou jogar fora o que nada acrescenta. Cuidar de si para quando estiver fortalecido poder cuidar do outro. Ter pensamentos de respeito e cuidado. Ter empatia com seus irmãos, com seus mais velhos e mais novos.
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