A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender e rechaçar religiões, liturgias e cultos, ou ofender, discriminar, agredir pessoas por conta de suas práticas religiosas e crenças.
Apesar de vivermos teoricamente em um Estado laico a intolerância religiosa ainda é uma realidade que devasta diversas comunidades tanto aqui como no mundo. No Brasil, esse problema está relacionado principalmente ao racismo, pois a intolerância religiosa é praticada, em maior escala, contra os adeptos das religiões de matriz africana. Traz aí uma grande vontade de anular a crença aos saberes e filosofias associada aos povos originários da África.
Não se pode negar o racismo ele é evidente, só não vê e não aceita este fato quem quer negar a realidade e dados de pesquisa e percepção. Os dados não são pontuais e são muito relevantes.
Um balanço divulgado, em junho de 2019, pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) aponta que o Brasil ainda mostra as faces da intolerância religiosa com agressões físicas, xingamentos, depredações, destruições de imagens, tentativas de homicídio e incêndios criminosos.
É muito triste que em pleno século XXI estes embates tenham aumentado, a intolerância vem se fazendo cada vez mais presente, e não podemos fechar os olhos e fazer de conta que isto não está acontecendo, a cada ano vem aumento o número de casos de agressões contra os seres humanos por suas crenças e opções na vida. Temos que nos unir. Nos proteger e não baixar a guarda nunca.
Não se pode nem se deve colocar panos quentes em situações tão sérias. Não deve ser mantida a impunidade para os inúmeros ataques que seres humanos, na maioria negros e as casas de Axé que são atacadas, seja de Candomblé ou Umbanda. Devemos nos proteger na forma da lei, não agredir de volta, mas sim defender nossos territórios, nossos filhos através da legislação e do fortalecimento dos movimentos negros e das minorias.
No final deste texto tem um quadro que mostra a escalada da intolerância que as religiões de matriz africana na grande São Paulo e no grande ABC. São dados comparativos do Disk 100 de 2017 a Julho de 2019, Não podemos fingir que isto não é verdade. Com certeza é apenas uma parcela da realidade, pois ainda hoje muitos casos não são denunciados. Portanto temos obrigação de reconhecer o problema e nos unir para combater a ignorância com sabedoria.
Leia as matérias dos links, é importante estar informado sobre como as diversas dificuldades vem sendo trabalhadas e enfrentadas. Converse e troque informação, o saber é um caminho importante.
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